Ciência e tecnologia estão no centro da pauta das terras nordestinas com a 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). Em meio a mares, rios e sertões, o evento promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), transforma a região em uma vitrine de experiências, saberes e descobertas, levando ao público o tema Planeta Água: a Cultura Oceânica para Enfrentar as Mudanças Climáticas no Meu Território.
A Semana Nacional é o maior evento de popularização científica do Brasil. Na Bahia (BA), o estado mergulha na temática da água com atividades espalhadas por Salvador, Camaçari, Itaparica, Juazeiro e Lençóis. A Universidade Federal da Bahia (UFBA) abre as portas do Planetário e do Observatório para sessões e debates com grupos como o Projeto Baleia Jubarte e o Núcleo de Socioecologia Marinha – Somar, em uma imersão que mistura astronomia, biologia e cultura oceânica. Durante a abertura, o governador Jerônimo Rodrigues lançou o Prêmio Bahia Faz Ciência de Jornalismo e anunciou a posse do Comitê Intersetorial PopCiência Jovem, fortalecendo o compromisso com a divulgação científica.
Em Pernambuco (PE), a programação se espalha pelo Campus Recife do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), que promove oficinas, minicursos e exposições voltadas à sustentabilidade costeira. A 13ª Mostra de Extensão apresenta projetos estudantis sobre inovação, identidade social e economia azul, enquanto o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) realiza a etapa regional da SNCT, com o tema Do Nano à Inteligência Artificial, reunindo cem estudantes em atividades sobre bioplásticos, hidrogênio verde e monitoramento ambiental.
No Maranhão (MA), a mobilização acontece no Centro de Convenções da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), reunindo 23 instituições parceiras em um espaço que combina ciência, cultura e inclusão. Oficinas de robótica, impressão 3D e mostras culturais recebem cerca de 2 mil visitantes por dia. Durante a abertura, a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) anunciou R$ 10,5 milhões em três editais voltados a infraestrutura de pesquisa, projetos tecnológicos e preservação de acervos culturais — um investimento que reforça a presença da ciência na vida da população.
Em Alagoas (AL), a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) abriga a Semana Integrada de Pesquisa, Tecnologia e Inovação (Sinpete), com oficinas de astronomia, robótica e drones. A astronauta análoga Larissa Paiva (Larittrix) comanda atividades para o público infantil, inspirando novas gerações. O Instituto Federal de Alagoas (Ifal) leva experiências de ciência aplicada a cidades como Marechal Deodoro e São Miguel dos Campos, enquanto Maceió realiza a Semana Tech, reunindo universidades, startups e o setor produtivo em torno do empreendedorismo e da economia digital.
A Paraíba (PB) transforma Campina Grande em vitrine da inovação, com o programa Recicla Tech, cursos de capacitação tecnológica e a Lan House Social Campina, que promove inclusão digital. A iniciativa aproxima jovens, empreendedores e a comunidade, destacando a ciência como motor de transformação social e ambiental.
No Piauí (PI), o conhecimento se espalha por Teresina e Picos, onde a Universidade Federal do Piauí (UFPI) promove palestras, feiras e a conferência magna Planeta Água, que discute o papel da ciência na preservação dos recursos hídricos e na mitigação dos impactos ambientais. O evento une pesquisadores e estudantes em torno de uma reflexão sobre o futuro sustentável do estado.
O Rio Grande do Norte (RN) leva a ciência para Macaíba, onde o Instituto Santos Dumont (ISD) realiza a Feira de Ciências e Mostras Científicas no Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS). Estudantes apresentam experimentos e jogos interativos que exploram a relação entre o cérebro humano e o planeta. Os melhores trabalhos recebem prêmios diários, incentivando jovens pesquisadores e o pensamento científico.
Fechando o circuito nordestino, o Ceará (CE) estende sua programação até novembro, conectando universidades, institutos federais e centros de pesquisa em uma grande rede de conhecimento. A Fiocruz Ceará, o Instituto Federal do Ceará (IFCE) e a Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) promovem atividades sobre biomas, saberes tradicionais e saúde ambiental. A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece) realiza os editais Ceará Faz Ciência e o Salão do Inventor Expedito Parente, valorizando o talento local. A jornada culmina na Feira do Conhecimento 2025, que reúne mais de 200 instituições e experiências em robótica, astronomia e sustentabilidade no Centro de Eventos do Ceará.
A SNCT é promovida pelo MCTI, sob a coordenação da Secretaria de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social (Sedes), e conta com o patrocínio de Financiadora de Estudos e Projetos (Finep); Huawei do Brasil Telecomunicações Ltda; Caixa Econômica Federal; Positivo Tecnologia S.A.; Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT); Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB); Conselho Federal de Química (CFQ); Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur); Comitê Gestor da Internet no Brasil / Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (CGI.br e NIC.br) e Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (Aiab).
