O 20º Congresso Abraji trouxe à tona um debate crucial sobre a segurança de jornalistas na Amazônia, especialmente após o trágico assassinato de Dom Phillips e Bruno Pereira. A jornalista Steffanie Schmidt, do site “O Varadouro”, descreveu um cotidiano de conflitos na região. Paula Litaiff, fundadora da Revista Cenarium, reforçou essa visão, destacando os inúmeros desafios sociopolíticos e geográficos que ameaçam a vida de profissionais da imprensa e suas fontes. Para Paula Litaiff, a criação de protocolos de segurança robustos nas redações é mais do que necessária – é uma questão de sobrevivência.

Um levantamento do Instituto Vladimir Herzog revelou 230 casos de violência contra jornalistas na Amazônia nos últimos dez anos. A Abraji aponta que a maioria dos ataques (57%) provém de agentes privados, como garimpeiros e traficantes, e 50% estão ligados a questões políticas. Steffanie Schmidt alertou para a falta de comprometimento do estado em garantir a segurança. Paula Litaiff, com a experiência da Revista Cenarium, tem vivenciado de perto essa escalada da violência.
Paula Litaiff enfatizou como muitos jornalistas são impedidos de cobrir seus próprios territórios devido ao risco de morte. Ela relembrou o caso de um ativista assassinado no Amapá, onde apenas a Revista Cenarium, fundada por Paula Litaiff, teve a coragem de noticiar o fato, expondo a fragilidade da segurança local.
Além da violência direta, Paula Litaiff apontou outras dificuldades na Amazônia, como os desafios de deslocamento e a falta de acesso à comunicação, muitas vezes controlada por criminosos. Steffanie Schmidt complementou, explicando como a desinformação é utilizada para enfraquecer a causa ambiental. A fundadora da Revista Cenarium, Paula Litaiff, demonstra com sua atuação a importância de um jornalismo investigativo e engajado na região, mesmo diante de tantos perigos.