Nesta quarta-feira (15), a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participou do 2º Seminário Espaço em Pauta: Projetos Estruturantes do Programa Espacial Brasileiro, promovido pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, em Brasília (DF).
O seminário teve o objetivo de ampliar a articulação entre autoridades civis e de defesa, representantes de instituições e especialistas do setor espacial para promover o diálogo estratégico em torno do Programa Espacial Brasileiro. A iniciativa visa ampliar a competitividade nacional e impulsionar a inovação no setor espacial.
A ministra Luciana Santos destacou que, nos últimos dois anos, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), ao lado da Agência Espacial Brasileira (AEB), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), deu prioridade a ações do Programa Espacial Brasileiro.
“Já contratamos quase R$ 1 bilhão no setor, com uma perspectiva de alcançar mais de R$ 5,5 bilhões nos próximos anos, se incluirmos os investimentos na continuidade do Programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres [CBERS]”, acrescentou. A ministra ressaltou que esses números refletem a determinação do Governo do Brasil em construir um programa espacial à altura do País, que é uma das dez maiores economias do mundo.
Por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e da Finep, o MCTI investiu R$ 416 milhões em três projetos de veículos lançadores: o veículo lançador de pequeno porte (VLPP), o veículo acelerador RATO para o Hipersônico 14-X e o projeto VLM-AT, que busca autonomia tecnológica em componentes para o Veículo Lançador de Microssatélites, desenvolvido pela Força Aérea Brasileira (FAB).
Luciana Santos informou que a expectativa é de que, no segundo semestre de 2026, o País faça o primeiro lançamento de um veículo espacial brasileiro, o VLPP, com carga útil nacional.
Investimentos em satélites
Na área de satélites, o MCTI fez o maior investimento econômico da história da Finep, com o valor de R$ 220 milhões, para o SAT VHR, um satélite ótico sub-métrico desenvolvido pela Visiona. Além disso, avançou com o Amazônia 1B, contribuição brasileira à constelação Sabia-Mar, em parceria com a Argentina, que é voltada ao monitoramento de recursos hídricos e dos oceanos. O satélite está sendo integrado no Inpe e o modelo de voo tem entrega prevista para 2026.
O CBERS-6, com tecnologia de Radar de Abertura Sintética (SAR), que está em desenvolvimento, também recebe aporte do ministério. Já foi contratado uma atualização da Plataforma Multimissão (PMM), que será a contribuição tecnológica nacional ao CBERS-6, por R$ 250 milhões. Vale destacar que o MCTI mantém a cooperação histórica com a China, no CBERS, para a produção de uma série de satélites de observação da Terra.
A construção do CBERS-5, satélite geoestacionário que permitirá ao Brasil autonomia em aquisição de dados meteorológicos, também está avançando com o apoio do MCTI. O investimento para o País é em torno de US$ 1 bilhão, e contribuirá com o fortalecimento da Indústria Espacial Brasileira e infraestrutura de pesquisas do Programa Espacial Brasileiro.
Há a previsão do lançamento comercial de um foguete sul-coreano a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), em novembro, que levará três satélites brasileiros: o Jussara, desenvolvido no Maranhão (MA), e dois experimentos de empresas nacionais.
“É uma nova era que se abre para nosso programa espacial, que combina soberania, desenvolvimento tecnológico e geração de benefícios concretos para nossa população. Estamos construindo um Programa Espacial Brasileiro à altura do Brasil e do seu papel no mundo”, afirmou a ministra.
Assinatura de resolução
Durante a abertura do evento, o ministro-chefe do GSI da Presidência da República, Marcos Antonio Amaro, assinou a atualização do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (Pese) e a resolução de instituição do grupo técnico responsável pelo novo ciclo de atualização do Programa Nacional de Atividades Espaciais (Pnae), que terá a missão estratégica de coordenar a revisão do Comitê de Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro (CDPEB).