Em Campinas, interior de São Paulo, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, esteve no Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências da Unicamp (DPCT) para participar do evento “A Política Científica e Tecnológica no Brasil: 40 anos do MCTI e do DPCT/IG Unicamp”. A agenda, realizada na sexta-feira (4), colocou em debate a importância das políticas públicas de ciência e tecnologia e os desafios para o futuro.
Durante o evento, a ministra Luciana Santos entregou uma placa comemorativa ao ex-secretário-executivo do MCTI Luciano Coutinho pelos serviços prestados em prol das políticas públicas de ciência e tecnologia. O homenageado foi secretário-geral da pasta no ano de sua criação, em 1985. Na época, o ministro era Renato Archer.
Ao receber a homenagem, Luciano Coutinho falou sobre o processo de redemocratização do país e o surgimento do MCTI. O ex-secretário também apontou a importância do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para o desenvolvimento das políticas públicas da área.
“O FNDCT é fundamental. Ele foi criado até antes do ministério, em 1969, e foi o ‘fundo mãe´ de todas as atividades de financiamento da ciência, desde pesquisas básicas até pesquisas de alta tecnologia”, disse Coutinho. Confira a entrevista com o ex-secretário-executivo do MCTI Luciano Coutinho neste link.
A política científica e tecnológica no Brasil: 40 anos do MCTI e do DPCT/IG Unicamp
“O evento busca trazer uma reflexão sobre a história da política cientifica do Brasil hoje e para os próximos 40 anos”, disse a chefe do DPCT da Unicamp, professora Janaína Pamplona, que organizou e abriu o evento. Ao lado dela estavam a ministra Luciana Santos, o reitor Antônio José de Almeida Meirelles e o diretor associado do IG/Campinas, Emilson Pereira Leite.
A primeira mesa contou com a participação do ex-secretário-executivo do MCTI, professor Luciano Coutinho, da vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), professora Francilene Garcia, e do diretor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Caetano Penna. Eles falaram sobre a história e as conquistas da pasta, como a Lei de Inovação em 2004, as parcerias internacionais, os investimentos e as questões orçamentárias para o avanço da ciência e tecnologia do país.
O diretor do CGEE, Caetano Penna, destacou que o país tem potencial para transformar metodologias globais de políticas orientadas por missão em soluções genuinamente nacionais. “A combinação de capacidades acumuladas, de conhecimentos tradicionais e científicos, junto à mobilização de seu sistema de ciência, tecnologia e inovação, nos permite criar uma abordagem própria para enfrentar os grandes desafios da sociedade brasileira”, ressaltou Penna.
Em seguida, participaram da segunda mesa a coordenadora da WTT, Lara Ramos, o diretor de Inovação da Finep, Elias Ramos, e o diretor-presidente da Fapesp, Carlos Pacheco. Eles enfatizaram a participação da sociedade na construção de políticas públicas, da integração do MCTI na política de desenvolvimento do país e dos períodos de avanço da história do ministério.
“A ciência e a tecnologia ganharam um status hoje de integração e de política de desenvolvimento que não havia antes. Esse entrosamento é uma questão chave e estratégica para o país e reforça a importância da pasta”, afirmou o diretor da Finep.
Ciência e desenvolvimento
A mesa de encerramento foi composta pela ministra Luciana Santos e pelo reitor da Unicamp, Antônio José de Almeida Meirelles.
A ministra destacou o papel do DPCT que, ao longo do tempo, ajudou a moldar o entendimento da ciência e tecnologia como processo social e instrumento de desenvolvimento do país, formando centenas de pesquisadores. Luciana iniciou a apresentação afirmando que “sem ciência não há futuro” e apresentou um balanço dos 40 anos do MCTI.
“Por isso, celebrar os 40 anos do DPCT junto com os 40 anos do MCTI é também reconhecer a importância do conhecimento como força motriz do desenvolvimento”, disse a ministra.
Luciana Santos pontuou que o ministério está em um momento de reconstrução com o descontingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). “Em 2023, investimos mais R$ 10 bilhões em ciência, tecnologia e inovação. Em 2024, foram R$ 12,7 bilhões. E, para o ano de 2025, o orçamento é de R$ 14,7 bilhões”, destacou.
A ministra fechou a apresentação ressaltando que a pasta tem muitos desafios pelas próximas décadas. “Nessas quatro décadas, chegamos até aqui com muitos desafios superados e inúmeras conquistas. Mas temos ainda um belo caminho pela frente”, afirmou.
Segundo a ministra, o Brasil tem tudo para ser um protagonista global na nova economia do conhecimento. “Temos vocações naturais extraordinárias, uma grande inteligência coletiva construída ao longo de muitos anos e a decisão política de transformar conhecimento em riquezas para o país e de gerar oportunidades de crescimento, emprego e renda para a população”, finalizou.
O evento foi concluído pelo reitor da Unicamp, Antônio José, que agradeceu a participação da ministra e enalteceu o trabalho realizado pelo departamento e pelo MCTI para o desenvolvimento do país.
“A história da Unicamp com ciência e tecnologia é, obviamente, uma história que vem desde o seu nascimento, com grande importância no pensamento de ciência e tecnologia como política, mas também no desenvolvimento de iniciativas bastante significativas que marcaram a história do nosso país”, disse o reitor, ao ressaltar o papel da Universidade para o crescimento do país.