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Eventos climáticos extremos em 2024 colocam segurança alimentar em evidência na América Latina e Caribe, aponta relatório da WMO

1 de abril de 2025
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O aumento na frequência e na intensidade das secas, das inundações, das ondas de calor, assim como dos furacões, colocam em evidência a segurança alimentar na América Latina. A produção agrícola está sujeita a perdas cada vez maiores. Esta é uma das análises do Relatório sobre a Situação do Clima na América do Sul e Caribe publicado na sexta-feira (28/03) pela Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês). O material tem por objetivo apoiar decisões sobre mitigação, adaptação à mudança do clima e gestão de riscos em nível regional.

O comunicado sobre o relatório não economiza em adjetivos para destacar como a região foi afetada por eventos climáticos extremos e como os impactos decorrentes se prolongam em danos socioeconômicos de longo prazo, que perduram mesmo depois de desaparecerem das manchetes nacionais. Segundo o documento, 2024 foi marcado pelo desaparecimento de geleiras, quebra de recordes em incêndios florestais e furacões, secas debilitantes e inundações mortais assustadoras.

A temperatura média na América Latina e no Caribe em 2024 ficou 0,90 °C acima da média, comparada com o período 1991-2020, e 1,47°C para o período de 1961-1990. Dependendo do conjunto de dados utilizado, 2024 foi o ano mais quente já registrado na região.

Os eventos extremos que atingiram o Brasil em 2024 também estão destacados no documento, como a seca que atingiu a Amazônia e o Pantanal, onde as chuvas ficaram entre 30% e 40% abaixo do normal. O Rio Negro, em Manaus, atingiu um mínimo histórico, e o Rio Paraguai, em Assunção, registou o nível mais baixo em 60 anos. A enchente histórica que impactou o estado do Rio Grande do Sul é enfatizada.

Na avaliação do diretor do Departamento para o Clima e Sustentabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Osvaldo Moraes, o relatório traz algumas informações que já eram esperadas. Segundo Moraes, o Relatório da Situação do Clima Global, publicado há poucas semanas, aponta indicadores da saúde planetária que refletem a singularidade pela qual o planeta está passando e indica a necessidade de políticas de adaptação, principalmente para as questões de segurança alimentar e segurança hídrica.

 “As formas e os locais onde a produção de alimentos vai ocorrer estão sendo delineadas nesse novo cenário de mudanças climáticas e, portanto, o Brasil vai precisar considerar quais seriam as políticas de adaptação para a produção de alimentos que nós vamos ter que desenvolver nos próximos anos, afirma Moraes.

Riscos e impactos relacionados ao clima – A variabilidade e a mudança climática, e eventos climáticos extremos, estão gerando insegurança alimentar aguda na América Latina e no Caribe, com secas, inundações, furacões e temperaturas extremas impactando severamente a produção agrícola, os meios de subsistência rurais e as cadeias de suprimento de alimentos, ressaltando a necessidade urgente de estratégias de resiliência, ação antecipada e sistemas alimentares fortalecidos.

O evento El Niño, no primeiro semestre de 2024, contribuiu para esses impactos.

Os impactos dos eventos climáticos extremos estão associados a um cenário complexo de maior exposição e vulnerabilidade, que envolvem altos e crescentes preços dos alimentos, aumento da pobreza, alta desigualdade de renda e níveis crescentes de fome, instabilidade política e insegurança alimentar e de saúde.

O documento apresenta exemplos de diferentes impactos agrícolas nos países da região. Em Honduras, as altas temperaturas aumentaram a incidência de pragas e doenças, gerando mais custos para os agricultores. Na Guatemala, 56% dos produtores relataram água insuficiente ou escassa para irrigação, devido à falta de chuvas provocada pelo fenômeno El Niño, e 45% das famílias agrícolas sofreram perda de renda. Na Colômbia, 42% dos produtores agrícolas relataram falta de água para irrigação. A seca prolongada no Equador causou a queda de 20% na produção de leite.

No Brasil, as enchentes no Rio Grande do Sul geraram prejuízos estimados em R$ 8,5 bilhões no setor agrícola, sendo a soja a cultura mais afetada, que representou entre 15% e 16% da área agrícola para colheita no estado. Na agropecuária, os prejuízos somaram R$ 1,2 bilhão, com 600 mil hectares de pastagens seriamente danificados. As inundações também afetaram o setor pesqueiro. A elevação dos níveis dos rios e lagoas impactaram as atividades de pequenos pescadores, que tiverem equipamentos destruídos. O transbordamento da Lagoa dos Patos, por exemplo, que fornece cerca de 30% do camarão rosa, impactou a operação da cadeia de suprimento desse produto em todo o país.

Dado esse panorama, o documento aponta como crucial implementar estratégias de resiliência agrícola, antecipar ações, fortalecer os sistemas alimentares e priorizar as ações de mitigação diante das mudanças climáticas, de acordo com o relatório, que fornece um colapso do país por país dos impactos.

Para o climatologista Jose Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden e um dos coordenadores do relatório regional, há necessidade de melhorar a percepção de risco da população. “Com os estudos e pesquisas, mostramos que é crucial implementar estratégias de resiliência agrícola, adotar medidas antecipadas, reforçar os sistemas alimentares e priorizar iniciativas de mitigação para enfrentar as alterações climáticas”, destaca.

Alertas antecipados – O documento evidencia a necessidade de as autoridades e a população compreenderem melhor os riscos de desastres e melhorar as previsões meteorológicas e os sistemas de alerta precoce para proteger as populações em zonas de risco dos efeitos de catástrofes causadas por fenômenos meteorológicos extremos.

O Relatório cita o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do MCTI, como modelo de monitoramento na América do Sul. O órgão emite alerta de riscos de desastres, além de realizar pesquisas e promover inovações tecnológicas para aprimorar o sistema de alerta, para redução do risco de desastres. “Por isso, se faz necessário investir mais na pesquisa e nas ferramentas tecnológicas para enfrentar os eventos extremos, cada vez mais intensos e constantes”, salienta Marengo.

Serviços climáticos – Um suplemento com informações sobre os serviços climáticos também está disponível. Na América do Sul, 67% dos países operam com níveis básicos ou essenciais de previsão e monitoramento climático. O incremento dos serviços entre 2019 e 2024 é avaliado como modesto. Em 75% há lacunas de projeções climáticas de longo prazo, necessárias aos agricultores gerenciarem chuvas irregulares, secas ou mudanças nas estações de cultivo.

Outro aspecto destacado é que apenas 8% dos serviços climáticos nacionais monitoram e avaliam os benefícios socioeconômicos dos serviços climáticos. O suplemento classifica a situação como ‘uma oportunidade perdida’ para atrair investimentos.

Energia renovável – Segundo o documento, em 2024, a geração de energia renovável se aproximou de 69% na matriz energética na América Latina e Caribe, com destaque para a geração solar e eólica, que apresentaram crescimento de 30% em relação ao ano anterior. 

Acesse a íntegra do relatório aqui.

Acesse o suplemento sobre serviços climáticos aqui.

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