Ao usar este site, você concorda com a Política de Privacidade e os Termos de Uso.
Accept
Informe Tecnologia
Facebook Like
Twitter Follow
Instagram Follow
Informe TecnologiaInforme Tecnologia
Pesquisar
  • Principal
Follow US
© Foxiz News Network. Ruby Design Company. All Rights Reserved.
Nacional

Especialistas apontam desafios para a educação de crianças com deficiência

10 de junho de 2025
Compartilhar

10/06/2025 – 21:04  

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Audiência desta terça-feira na comissão especial do novo Plano Nacional de Educação

Debatedores ouvidos pela comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa o novo Plano Nacional de Educação (PNE) apontaram nesta terça-feira (10) a falta de qualificação de professores e de infraestrutura de acessibilidade entre os principais entraves para a universalização do atendimento especial a estudantes com deficiência.

Atualmente, 42% das demandas por atendimento educacional especializado são atendidas na rede de ensino, o que totaliza 2 milhões de matrículas – 1,7 milhão estão na escola pública e 310 mil na rede privada, informou o diretor de Políticas de Educação Especial do Ministério da Educação (MEC), Alexandre Mapurunga.

Segundo ele, 98% do acesso de estudantes à educação especial é realizado nas escolas comuns, e não em institutos especializados. “Temos apenas 42% já assegurado, por isso é muito importante manter uma meta para universalizar o atendimento educacional especializado”, disse.

O representante do MEC se referiu à meta de universalizar a educação especial prevista no PNE (2014-2024), a qual não foi cumprida e deverá ser mantida no próximo plano.

Mapurunga, que é autista, reforçou que a política de universalização que consta no plano foi desenhada para pessoas com deficiência, com transtornos globais de desenvolvimento, como autistas e pessoas com altas habilidades, e que ampliar o seu escopo “não ajudaria a garantir a efetivação da política”.

Renato Araújo/Câmara dos Deputados

Alexandre Mapurunga, diretor de Políticas de Educação Especial do MEC

Capacitação de professores
A presença de estudantes com deficiência na escola comum é um processo relativamente recente no Brasil, com um pouco mais de duas décadas, mas profundamente transformadora da cultura escolar e da sociedade, afirmou a representante do Instituto Rodrigo Mendes, Karolyne Ferreira. Segundo ela, os desafios são mais intensos na capacitação de profissionais e na falta de infraestrutura.

Segundo o Censo Escolar de 2023, cerca de 25% das escolas ainda não contam com itens básicos de acessibilidade, como o piso tátil, rampas e banheiros adaptados. “A falta de estrutura afeta todos os estudantes, portanto a solução não está em retirar os estudantes com deficiência da escola comum, mas sim em investir fortemente na escola pública”, reforçou Karolyne Ferreira.

De acordo com o censo, apenas 6% dos professores regentes da educação básica tinham formação continuada em educação especial. Entre os docentes do atendimento educacional especializado, esse índice era de 42%.

“Pode parecer muito, mas ainda é muito abaixo do necessário, considerando o papel estratégico desses profissionais na eliminação de barreiras para o ensino na classe comum e a participação ativa dos estudantes com deficiência no cotidiano escolar”, disse a representante do Instituto Rodrigo Mendes.

Nesse ponto, o deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ), apontou como elemento decisivo a formação profissional em educação especializada. “É absolutamente necessário que a gente trabalhe com a questão da formação inicial dos professores em educação especial e dos demais profissionais de educação como formação continuada”, disse.

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Cadu Fonseca, presidente da Associação Mensa de Superdotados

Subnotificação
O presidente da Mensa (Associação de Superdotados), Cadu Fonseca, afirmou que apenas 1,6% dos estudantes com altas habilidades aparecem no Censo Escolar de 2024. Ele disse que mais da metade dos municípios sequer identifica a existência desses alunos e outros 965 municípios indicam que tem um único estudante superdotado no sistema.

Segundo ele, a subnotificação é um dos entraves para viabilizar a educação especial. “Além disso, a formação docente é insuficiente. Poucos cursos de pedagogia e licenciatura preparam os nossos educadores para reconhecer e trabalhar com esse perfil de aluno. Os poucos recursos especializados, como a sala de recursos multifuncionais, são escassos e geograficamente concentrados”, disse.

Visão segregacionista
Doutor em educação, Douglas Ferrari de Melo acredita que ainda persiste no País a visão de que a educação para pessoas com deficiência deve se pautar em “currículo especial” ou “currículo adaptado”. “O lócus privilegiado da inclusão de todas as pessoas, inclusive as pessoas com deficiências, é a sala de aula comum”, disse.

Segundo ele, o atual PNE falhou ao tratar da educação especial apenas como um serviço, e não como uma área pedagógica. “Há um progresso, mas está aquém do que se precisa. É preciso ter uma visão robusta e ousada, que eu chamo de anticapacitista”, reforçou.

Dificuldade de monitoramento
Na visão da representante da Coalizão Brasileira pela Educação Inclusiva, Luciana Viegas, a educação ainda é vista como um sistema de metas difíceis de serem mensuradas. “A gente não pode aceitar que o novo PNE repita os mesmos vícios do passado: meta genérica, ausência de indicador claro, estratégias que deixam o espaço para interpretações dúbias. É preciso um plano com metas mensuráveis, com mecanismos de monitoramento reais e com participação da sociedade civil”, disse.

Estudantes surdos
A representante da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, Mariana de Lima Isaac Leandro Campos, elogiou a inclusão da educação bilíngue no novo plano, mas enfatizou a necessidade de capacitar os professores em Língua Brasileira de Sinais (Libras), em vez de manter intérpretes nas salas de aula.

“Antes, a gente precisava ter um intérprete em sala. Agora, com a educação bilíngue, nosso objetivo é que o professor saiba a língua de sinais”, defendeu.

Ela acredita que esse é o primeiro passo para garantir a educação inclusiva desses alunos.

Comissão especial
A comissão especial que analisa o novo Plano Nacional de Educação (PL 2614/24) tem como relator o deputado Moses Rodrigues (União-CE). A presidente da comissão é a deputada Tabata Amaral (PSB-SP).

Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei

Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Pierre Triboli

Leia também

Adiada votação de projeto que reforça medida protetiva em caso de aproximação do agressor

Câmara aprova projeto que cria 21 cargos de juiz do Trabalho no TRT em Belo Horizonte

Câmara aprova projeto que aumenta cargos do TRT de São Paulo

Comissão aprova proposta que prevê transporte gratuito de cadeira de rodas em avião

Congresso é iluminado de vermelho pelo Dia Mundial do Doador de Sangue

Assuntos Nacional
Compartilhar este artigo
Facebook Twitter Email Copy Link Print
Painel Informe Manaus de Satisfação: Gostou da matéria?
Love0
Angry0
Wink0
Happy0
Dead0

Você pode gostar também

Nacional

Adiada votação de projeto que reforça medida protetiva em caso de aproximação do agressor

12 de junho de 2025
Nacional

Câmara aprova projeto que cria 21 cargos de juiz do Trabalho no TRT em Belo Horizonte

12 de junho de 2025
Nacional

Câmara aprova projeto que aumenta cargos do TRT de São Paulo

11 de junho de 2025
Nacional

Comissão aprova proposta que prevê transporte gratuito de cadeira de rodas em avião

11 de junho de 2025
Nacional

Congresso é iluminado de vermelho pelo Dia Mundial do Doador de Sangue

11 de junho de 2025
Nacional

Câmara aprova projeto que aumenta pena para porte de arma de uso proibido

11 de junho de 2025
Informe TecnologiaInforme Tecnologia