Entre os dias 17 e 21 de março, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) acompanhou o encontro do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio), na Universidade Federal de Sergipe (UFS). O evento reuniu representantes do MCTI, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pesquisadores de 21 redes que compõem o programa, com o objetivo de discutir o futuro da pesquisa em biodiversidade no Brasil e reforçar a identidade do PPBio.
O PPBio é o único programa nacional do MCTI dedicado à biodiversidade e envolve cerca de 2 mil pesquisadores espalhados pelos seis biomas brasileiros e nas áreas costeiras e manguezais. Após 11 anos sem novas chamadas, o programa celebra a incorporação de novas redes e projetos.
A coordenadora de Pesquisa em Biodiversidade do MCTI, Claudia Morosi, destacou a importância do evento para fortalecer a pesquisa em biodiversidade no Brasil, ressaltando o papel do PPBio em cumprir compromissos internacionais em conservação e promover novos conhecimentos científicos.
Com o objetivo de planejar os próximos passos e buscar novas fontes de financiamento, os participantes do encontro discutiram estratégias para evidenciar o impacto social do programa. Bruno Martinelli, coordenador de Programas e Projetos para Serviços Ecossistêmicos do MCTI, enfatizou que a biodiversidade é crucial para o equilíbrio ambiental, o enfrentamento das mudanças climáticas e a sobrevivência humana.
“Outros aspectos que merecem destaque foram a integração ao PPBio de pesquisadores engajados com pesquisas colaborativas junto a Povos Indígenas e Povos e Comunidades Tradicionais e o reconhecimento de toda a rede da importância de dialogar com outros sistemas de conhecimento”, acrescentou Bruno.
Comunicação nas redes
A comunicação científica também foi tema do evento. Ronaldo Christofoletti, responsável pelo PPBio Comunicação (COMBio), explicou a necessidade de integrar os biomas e contextualizar questões ambientais e sociais, como as relacionadas à Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) e à COP30. A discussão sobre a comunicação nas redes também abordou novas pautas, englobando inclusão, equidade e educação climática e ambiental.
No contexto da inclusão e diversidade, o encontro contou com um workshop de Justiça, Equidade, Diversidade e Inclusão (JEDI), coordenado por Bárbara Pinheiro, da COMBio. Durante o workshop, foram discutidos os desafios enfrentados por cientistas de grupos minorizados e propostas ações concretas, como a criação de editais específicos e políticas de permanência para essas pessoas nas redes de pesquisa.
O evento teve participação de mais de 70 pessoas que acompanharam as apresentações dos resultados das 21 redes do PPBio, apoiadas pelo MCTI por meio do CNPq, que destinou R$ 60 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) ao programa. O comitê de avaliadores do CNPq analisou os resultados e ofereceu feedbacks valiosos para aprimorar a qualidade da pesquisa em biodiversidade no Brasil.
Geraldo Fernandes, coordenador geral do PPBio, comemorou os avanços alcançados e a integração das redes durante o evento. “Cumprimos a nossa meta de integrar as 21 redes de todo o Brasil. Várias colaborações já estão sendo iniciadas. Saímos mais fortalecidos daqui, mostrando que temos cerca de 2 mil pesquisadores trabalhando com a biodiversidade do Brasil”, afirmou Fernandes.
O encontro da rede foi fundamental para o fortalecimento da pesquisa em biodiversidade no Brasil, destacando a importância da cooperação científica, da diversidade e da comunicação para o desenvolvimento sustentável e a preservação ambiental no país.