O Centro de Síntese em Mudanças Ambientais e Climáticas (Simaclim), iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), lançou, na quinta-feira (4), quatro relatórios síntese que representam os primeiros passos de um esforço nacional e internacional para lidar com desafios da atualidade.
Os documentos abordam o risco de colapso na Amazônia, o branqueamento de corais, as potencialidades dos manguezais e a implementação das cidades verdes-azuis. As informações reforçam o papel da ciência como subsídio na formulação de políticas públicas para enfrentar as mudanças climáticas. Projeto estruturado pela área de clima do MCTI foi implementado pela Rede Clima em 2023 na Universidade Federal de Pernambuco. A estimativa de execução é de 4 anos.
Segundo o diretor do Departamento de Clima e Sustentabilidade do MCTI, Osvaldo Moraes, os relatórios de síntese são fundamentais para transformar conhecimento científico em medida essencial para a prevenção de desastres e construção de políticas públicas. Ele explica que “é necessário aperfeiçoar os mecanismos de integração entre a produção científica e os tomadores de decisões e aproximar pesquisadores de toda a sociedade”.
Produzidos por equipes multidisciplinares, cada documento apresenta um resumo de evidências científicas e possíveis ações:
– Relatório Ponto de Inflexão do Sistema Florestal Amazônico: aborda os riscos de colapso da Amazônia diante do aquecimento global, do desmatamento, da degradação florestal e dos incêndios.
– Relatório Branqueamento de Corais e Mudanças Climáticas: analisa os impactos do aquecimento dos oceanos e da acidificação sobre os recifes de corais, essenciais para a biodiversidade e para a proteção costeira.
– Relatório Potencial de Florestas de Manguezais para Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas no Brasil: avalia o papel dos manguezais na proteção costeira, no sequestro de carbono e na segurança alimentar. Além disso, destaca oportunidades de conservação e restauração.
– Relatório Cidades Verdes-Azuis Resilientes: propõe soluções para tornar os centros urbanos mais inclusivos e sustentáveis, integrando infraestrutura verde e azul, justiça climática e governança participativa.
De acordo com o coordenador da Rede Clima e do Simaclim, Moacyr Araújo, há cerca de 15 centros de síntese no mundo. “O projeto apresenta um importante diferencial tendo em vista que os produtos gerados pelo Simaclim serão direcionados ao Governo Federal para contribuir para a elaboração de políticas públicas”, finaliza.
O evento contou com participação do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão; o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho; além de representantes do Ministério das Cidades, do Ministério das Relações Exteriores, Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Os relatórios de síntese são os primeiros passos para tornar o País mais resiliente e preparado para enfrentar as realidades de um clima em mudança. O Simaclim conta com R$ 10 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), aplicados por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Saiba mais no site https://simaclim.com.br e no Instagram @simaclim do Simaclim.