A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, esteve nesta sexta-feira (30/5) em Campinas (SP), para participar da 7ª edição do Ciência Aberta, evento de divulgação científica promovido pelo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social vinculada à pasta. Com o tema “Ciência Brasileira: Presente & Futuro”, o evento recebeu cerca de 20 mil visitantes em seu primeiro dia, entre estudantes, professores e pesquisadores de todo o país.
A ministra Luciana Santos e comitiva da pasta visitaram a exposição comemorativa dos 40 anos do MCTI. A mostra faz parte da Caravana da Ciência, que iniciou na Bahia e irá percorrer todo o território brasileiro apresentando as entregas do ministério. A comitiva também andou pelas instalações do Sirius, interagiu com pesquisadores e passou pela maquete do Órion, o futuro laboratório de máxima contenção biológica (NB4) do CNPEM.
- Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)
Ciência Aberta
A agenda terminou com um bate-papo com alunos, professores e pesquisadores. Luciana Santos ressaltou a importância das políticas públicas de ciência e tecnologia como eixos centrais para o progresso do país.
“É por meio da pesquisa, da inovação e da descoberta que encontramos soluções para os grandes desafios da humanidade, desde a cura de doenças até a criação de energias mais limpas e sustentáveis. Elas impulsionam nossa economia, geram empregos de qualidade e nos permitem construir um futuro mais próspero e justo para todos”, enfatizou.
Luciana também se dirigiu aos estudantes, falando sobre o papel da juventude na construção de um Brasil mais justo e inovador.
“Vocês são a próxima geração de cientistas, engenheiros, pesquisadores que vão moldar o Brasil de amanhã. Sei que nem sempre é fácil decidir qual caminho seguir, mas quero encorajá-los a considerar as carreiras científicas”, declarou.
O professor Aureliano, da Universidade de Uberaba, levantou a preocupação com a evasão de engenheiros das áreas técnicas para setores como o mercado financeiro ou órgãos de controle. Em resposta, Luciana Santos afirmou que a valorização da carreira em engenharia passa por políticas públicas robustas de desenvolvimento. Ela destacou iniciativas como a Nova Indústria Brasil (NIB), o PAC e projetos de transição energética como fundamentais para reconduzir engenheiros à construção ativa do país.
O diretor-geral do CNPEM, Antonio José Roque da Silva, também participou do bate-papo e destacou a importância do Ciência Aberta como espaço de aproximação entre a sociedade e a ciência.
“O evento se consolidou como um grande festival de divulgação científica, onde temos a chance de mostrar que o Brasil faz ciência e pode fazer ciência de ponta, se tivermos investimentos contínuos em recursos humanos e infraestrutura. A presença da ministra Luciana Santos e da comitiva do MCTI fortalece essa importante mensagem”, pontuou.
Nesta edição, o Ciência Aberta oferece 90 atividades interativas, que vão desde demonstrações científicas até experiências práticas em diversas áreas do conhecimento, como biologia, física, química, computação e humanidades.
Os visitantes também puderam conhecer de perto o funcionamento do Sirius, o acelerador de partículas brasileiro, o que foi descrito por muitos como uma experiência transformadora. Para o estudante Caio Teodoro, a visita foi inesquecível: “Foi uma experiência fantástica, transformadora e tão impressionante didaticamente quanto o próprio polo de pesquisa. Saio daqui com outra visão do que é fazer ciência no Brasil”.
- Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)
Investimentos no Sirius e Órion
O Sirius é considerado uma das mais avançadas estruturas científicas do Brasil e vem recebendo investimentos robustos do MCTI. A ampliação do laboratório prevê a construção de 10 novas estações de pesquisa, que foram incluídas no Novo PAC. A chamada fase 2 do Sirius terá investimento de R$ 800 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). No início da gestão, o MCTI disponibilizou ainda R$ 300 milhões para a finalização da primeira fase do Sirius, recompondo recursos que haviam sido contingenciados.
Já o Órion, que será o primeiro laboratório de máxima contenção biológica do mundo a ser conectado a uma fonte de luz síncrotron, também foi incluído no Novo PAC e tem previsão de entrega da primeira etapa até 2026. Os repasses para a obra já somam R$ 500 milhões (entre 2023 e 2024), com mais R$ 300 milhões empenhados para 2025. O laboratório será essencial para o desenvolvimento de pesquisas em áreas como biossegurança, saúde pública e controle de pandemias.