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Caatinga é exemplo de força no combate às mudanças climáticas

16 de setembro de 2025
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Colocar a Caatinga no centro das discussões da agenda internacional da COP 30 e propor ao mundo soluções para as consequências das mudanças climáticas é uma grande oportunidade de o Brasil inserir na agenda global assuntos como o combate à desertificação, que já atinge 18% do território nacional e 39 milhões de pessoas, e a perda de biodiversidade. “Valorizar esse bioma 100% nacional é mostrar que o Brasil tem pluralidade de soluções climáticas, da floresta úmida à floresta seca”, defende o pesquisador da Área de Combate à Desertificação do Instituto Nacional do Semiárido Aldrin Pérez. A unidade é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Um estudo recente revelou que, em 2022, a Caatinga foi responsável por cerca de 50% de todo o sequestro líquido de carbono do País, compensando uma fração significativa das emissões nacionais de gases de efeito estufa. Publicado na Science of the Total Environment, o trabalho intitulado A Comparative Analysis of GHG Inventories and Ecosystems Carbon Absorption in Brazil reafirmou a relevância do bioma, não apenas para a região do Semiárido, mas para o equilíbrio climático de todo o território nacional.

A Caatinga é a maior floresta seca do planeta que aprendeu a ser eficiente e, mesmo nos anos mais duros de estiagem, ela continua capturando o carbono. Pesquisas do Observatório do Carbono, da Água e da Energia na Caatinga mostram que, em áreas mais úmidas, o bioma chega a sequestrar até 7 toneladas de CO² por hectare/ano. Já nas áreas mais secas, mantém taxas que variam ou oscilam de 1,5 a 3 toneladas, com uma eficiência impressionante, e 58% do carbono fixado é retido de forma estável.

“O índice é superior ao observado nos outros biomas brasileiros e, quando comparado com as florestas secas ao redor do mundo, ela hoje é classificada como a segunda floresta seca mais eficiente no sequestro de carbono”, detalha Pérez.

A Caatinga ocupa cerca de 11% do território do País e abriga uma biodiversidade singular, com elevado grau de endemismo, ou seja, espécies que só existem ali. São plantas, animais e microrganismos que desenvolveram estratégias únicas de sobrevivência diante das adversidades do clima semiárido, marcado por longos períodos de estiagem e chuvas irregulares. Essa riqueza natural, no entanto, permanece pouco conhecida por grande parte da sociedade e historicamente foi subestimada nos debates ambientais nacionais.

De acordo com o pesquisador, 72% de todo esse carbono é armazenado no solo. São cerca de 125 toneladas por hectare, o que faz da Caatinga não apenas um sumidouro, mas também um enorme cofre natural de longo prazo.

“Podemos dizer então que a Caatinga é como uma eterna crença. Basta uma gota de chuva e ela renasce. Cada galho, cada folha, cada grão de solo vira um cofre silencioso de carbono. É essa resiliência que explica seu protagonismo. A Catinga sabe guardar vida e equilibrar o clima mesmo nos cenários mais difíceis”, aponta o pesquisador.

Aldrin pontuou ainda que o Brasil pode surpreender o mundo com a Caatinga, o único bioma 100% brasileiro, que guarda 12 milhões de toneladas de carbono estocadas e pode capturar quase 3 milhões por ano. É uma das florestas secas mais eficientes do planeta.

O Semiárido brasileiro, tantas vezes associado apenas às suas dificuldades, revela-se hoje como um território de esperança e inovação. A Caatinga, com sua força discreta e admirável resiliência, é uma guardiã essencial do clima e da vida. Proteger e restaurar esse bioma é mais que uma ação ambiental: é um compromisso histórico com o futuro das próximas gerações.

COP Nordeste

De segunda-feira (15) a sexta-feira (19), especialistas e autoridades estão reunidos em Fortaleza (CE) na COP Nordeste, que ocorre juntamente com a 3ª Conferência Internacional sobre Clima e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID2025). A discussão local tem como objetivo reafirmar a posição unificada da região nas negociações climáticas globais e fortalecer a atuação do Consórcio Nordeste, valorizando as vocações produtivas, culturais, energéticas e ecológicas da região. O encontro é uma preparação para a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), de 10 a 21 de novembro, em Belém (PA).

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