A 3ª Conferência Internacional sobre Clima e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID2025) se aproxima. O evento será de 15 a 19 de setembro, em Fortaleza (CE), e reunirá autoridades, especialistas e cientistas renomados de diversos países para debater assuntos estratégicos para as regiões semiáridas ou secas do mundo.
Serão ministradas mais de 40 sessões temáticas sobre adaptação às mudanças climáticas, gestão hídrica, educação climática, financiamento verde, tecnologias de monitoramento ambiental, cooperação internacional e políticas públicas para regiões vulneráveis. Veja a programação completa no site da ICID2025.
Em 2016, 40% das terras do planeta eram consideradas secas, abrangendo zonas áridas, semiáridas e subúmidas secas. O levantamento consta do estudo Desertificação, Degradação da Terra e Secas no Brasil, do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). À época, esse percentual correspondia a 11% do território nacional. O centro de gestão é uma organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Entre os destaques da programação, está o painel Tendências Climáticas em Regiões Semiáridas do Interior, ministrado pelo climatologista da Universidade Estadual do Ceará Alexandre Araújo Costa. Ele apresentará projeções atualizadas sobre extremos climáticos.
Durante a conferência na capital do Ceará, os participantes também assistirão à sessão Estudo de Caso: Desafios Climáticos em Regiões Interiores do Mundo. Na ocasião, serão examinadas experiências de zonas rurais em países como Argentina, Estados Unidos, Marrocos, Mauritânia, México, Níger e Tunísia.
O debate terá a presença dos pesquisadores Christian Leduc (IRD), Ahmed Salem (Ecole Supérieure Polytechnique, Maurithania), Nadhira Ben Aissa (Uni. Carthage-INAT, Tunisie) e Hassane Bill-Assanou Issoufou (Université Dan Dicko Dankoulodo de Maradi, Niger).
Pesquisas submetidas
A conferência contará ainda com a apresentação de trabalhos e pesquisas em sessões plenárias. A ICID recebeu 155 submissões de resumos expandidos sobre temas como clima e desenvolvimento sustentável em regiões secas.
Desses, 35 foram selecionados para serem apresentados durante a conferência. As outras pesquisas serão publicadas nos anais da ICID.
Debates rumo à COP30
O objetivo da ICID2025 é construir estratégias concretas de adaptação às mudanças climáticas em regiões áridas e semiáridas. O tema será central na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém (PA), em novembro.
“Ter essa conferência mostra a importância da região semiárida, que pode ser encontrada em todo o mundo. E o momento não poderia ser melhor, com a aproximação da COP30. Ao final do encontro, nós vamos produzir documentos com o balanço do que foi discutido, e a nossa expectativa é que esse debate seja levado para frente e vá além do papel”, diz o diretor do CGEE, Anderson Gomes.
A ICID2025 é promovida pelo Governo do Ceará, em parceria com o MCTI. A realização está a cargo da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, da Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Ceará e da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos. A coordenação executiva é do CGEE.
“A ICID será um momento de máxima importância para colocar o Brasil em destaque nos principais debates sobre as regiões semiáridas e, em especial, a nossa Caatinga, que é um bioma exclusivamente brasileiro. E eu fico muito feliz que esse evento tão grande ocorra no nosso Ceará, no nosso nordeste brasileiro”, afirma o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, Inácio Arruda.
O evento tem o apoio do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa vinculada ao MCTI; da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD); e da Embaixada da França no Brasil.
Para a secretária da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Sandra Monteiro, a realização da conferência reforça o papel do estado como um centro de conhecimento e inovação no enfrentamento dos desafios climáticos. “A ICID2025 é um marco importante, não apenas por reunir especialistas de diferentes países, mas também por demonstrar o potencial do Ceará em apresentar soluções aplicáveis a contextos de vulnerabilidade”, afirma.
Para participar da ICID2015, basta se inscrever gratuitamente pelo Sympla.