Como parte da programação da Expot&c na 77ª Reunião Anual da SBPC, aconteceu nesta quarta-feira, 16, a mesa “Ciência em biodiversidade na Amazônia: um diálogo Brasil-França”, reunindo representantes de instituições científicas dos dois países para debater a cooperação internacional em torno da criação do Centro Franco-Brasileiro da Biodiversidade Amazônica (CFBBA).
A mesa foi moderada pelo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e coordenador brasileiro CFBBA, Henrique Pereira. O debate contou com a participação de nomes de destaque da área científica, como o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, a conselheira adjunta de cooperação e ação cultural e conselheira científica da Embaixada da França no Brasil, Sophie Jacquel; do presidente da FAPEAP, Gutemberg de Vilhena Silva; do diretor do Departamento de Ciências da Natureza do MCTI Osvaldo Luis Leal de Moraes e da conselheira internacional do CFBBA, Nadège Mézié,
Criação e objetivos do CFBBA
O centro, que ainda não possui sede física, foi concebido como uma rede científica binacional dedicada à promoção da pesquisa – fundamental e aplicada – na região amazônica. Ele entrou em operação no ano passado, como parte da agenda do G20, realizada em Manaus. A proposta foca especialmente na Guiana Francesa e nos estados brasileiros mais próximos: Amapá, Pará, Roraima e Amazonas.
Entre os principais eixos temáticos do CFBBA estão o conhecimento, monitoramento, conservação e organização de coleções da biodiversidade da bacia amazônica; a cobertura florestal e a observação da Terra; as mudanças ambientais regionais e a sustentabilidade; as contribuições passadas e presentes dos povos indígenas e comunidades locais para a biodiversidade; as relações entre biodiversidade, saúde humana e alimentação; e o papel da bioeconomia como alternativa para modos de vida inclusivos, o bem viver e sistemas alimentares saudáveis.
Importância estratégica da cooperação internacional
O presidente da FAPEAP, Gutemberg de Vilhena, chamou atenção para a importância de fortalecer a política de proximidade entre o Brasil e a Guiana Francesa, destacando as especificidades de um centro bionacional voltado para o norte da Amazônia. Ele provocou reflexões importantes, como quais são os objetos de pesquisa compartilhados por esses dois vizinhos, que tipo de ciência se pretende produzir e qual será o impacto dessa produção científica para a sociedade amazônica dos dois lados da fronteira.
Representando o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Osvaldo Luis Leal de Moraes afirmou que o papel do MCTI é ser um facilitador do diálogo e das ações conjuntas na região, dada a complexidade e a importância do bioma amazônico para os dois países.
A conselheira Sophie Jacquel destacou o grande potencial da Amazônia e a relevância da criação do centro como instrumento de cooperação internacional em torno da ciência. Já o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, demonstrou otimismo com a consolidação do projeto e falou sobre a esperança de contar com equipes sólidas para enfrentar os desafios científicos. Nadège Mézié também reiterou a importância estratégica do CFBBA para o fortalecimento da cooperação científica e ambiental entre Brasil e França.