A 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) contou, nesta segunda-feira, 14, com uma mesa redonda que destacou o papel estratégico do projeto Sirius, acelerador de partículas, localizado em Campinas, no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O encontro coordenado pela professora Helaine Sivini, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), contou com a participação de Antônio José Roque, diretor do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Vitor Acioly, da Universidade Federal Fluminense (UFF), e de Sérgio Morelhão, da Universidade de São Paulo (USP).
Com a atenção dos jovens presentes no encontro, o diretor do CNPEM, Antônio Roque explicou sobre o Sirius, o acelerador de partículas mais avançado da América Latina e um dos poucos no mundo com tecnologia de quarta geração.
O equipamento é uma fonte de luz síncrotron, capaz de revelar detalhes microscópicos de materiais orgânicos e inorgânicos, sendo utilizado em pesquisas que vão desde o desenvolvimento de novos medicamentos até estudos sobre baterias, fertilizantes e vírus. Existem apenas três no mundo.
Roque destacou a importância do Sirius como infraestrutura científica no país.
“O Brasil hoje ocupa um grande espaço, tendo um equipamento de fronteira para fazer ciência de ponta. Estamos dentro de um padrão de elite. Um projeto 100% brasileiro”, afirmou.
Aproximando jovens da Ciência
Um dos destaques da discussão foi o programa ESPEM (Escola Sirius para Professores do Ensino Médio), iniciativa do CNPEM que oferece um curso de formação continuada a educadores de ciências da rede pública.
“O objetivo é aproximar os professores da ciência de alto nível, oferecendo visitas técnicas, palestras e atividades práticas, para que eles possam levar essa experiência diretamente para a sala de aula. Desde o seu início, em 2019, o programa evoluiu e conseguimos atingir todos os estados brasileiros. Até o momento 728 professores participaram do nosso curso, com mais de 892 mil estudantes impactados diretamente”, explicou o professor Vitor Acioly (UFF).
Já o professor Sérgio Morelhão (USP) apresentou mais detalhes sobre o Sirius e ressaltou que ações como essa ajudam a combater o distanciamento entre ciência e sociedade. “A ciência precisa deixar de ser vista como algo distante e inalcançável. O Sirius mostra que o Brasil é capaz de produzir conhecimento de ponta, e que isso pode e deve chegar à escola pública”, destacou.